Ver o mundo.
E saber que o que vemos, não pode ser visto. O que sentimos,
o que pensamos. Tudo isso, é nada. Não pode ser visto por ninguém. Por mais
ninguém, senão por mim. Por que o mundo como vemos, é só nosso. Nosso modo de
ver o mundo, de interagir com ele. Nosso mundo. Nossos mundos. Nossos domínios.
Nossas cabeças. Cada cabeça, um mundo. E Cada mundo, um oceano de pensamentos. Um
orbe único e incopiável. E cada orbe, um reino de fantasias, medos, amores. E cada
reino, uma era de vida da terra. E a cada vida; vivemos mil vidas, nas vidas de
outros e outras que vivem dentro da nossa mente. Nossas mentes. Mil mentes. Mil
luzes. Mil vidas, e mil milhas de distância do corpo que jaz no aqui e agora.
Perder-nos em um turbilhão de portais para outros lugares,
enquanto esperamos na fila do banco. Brincar de Alice, e seguir o coelho... E
tentar explicar o que existe dentro de nós, e transborda pra fora às outras
pessoas. E ouvir um entediante “eu entendo” ou o um pouco mais sincero (e um
tanto mais raro) “Eu não entendi”. O que é normal, já que não é pra entender
mesmo. Dessa parte eu gosto. Eu gosto de não ser entendido. É o meu mundo. Não é
para os outros verem. No máximo, se eu puder, deixo vislumbrarem o quadro
borrado que minhas palavras tentam inutilmente rabiscar para elas. Elas deviam
saber, não dá pra ver. Assim como eu não posso ver o delas. É o delas, e é o
meu. É onde termina o “eu”, e começa o ”outro”. É a divisa entre as nossas
almas, já que os corpos não estão realmente separados do resto do mundo (vide
textos anteriores). É difícil de explicar. Não é pra explicar, é só pra entender
(ou não entender, já que essa é uma divagação minha). É navegar dentro de si, e
perder-se, pra depois se achar.
É lindo...
...O que me faz encontrar o sentido da sentido na frase “e
Deus fez ao homem, Sua imagem e semelhança”. Somos máquinas de fazer sonhos, cujas carcaças
são pó das estrelas. Subarashii.
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