Me despedir.
E dos cheiros e vinhos, e cigarros, e taças a tinir, me
afastar.
E dos boleros, e passos, das risadas, e piadas, lembrar.
Portas e mais portas, abrir.
E para uma noite ao teu lado, de incerto rumo, partir.
E luzes de postes e reflexos estranhos nos vidros, a passar.
Em casa (minha ou tua, não sei. Que seja nossa), chegar.
E ao teu lado, de mãos dadas, entrar.
E ainda de mãos
dadas, mas atrás de ti, para ver o movimento de quadris sob as sedas do vestido.
Às escadas, subir.
Na beirada da Cama, sentar.
E os sapatos
apertados, sentindo vir o prazer gratuito contido nesses pequenos momentos,
tirar.
Teu copo nu, apreciar.
E a doce maciez da tua boca, sorver.
E as álgidas curvas do teu corpo, tocar.
Teu ser e tua alma sem par, através dos olhos, percorrer.
E deitar sobre ti, e amar.
E sentir-te os dedos no leve toque às minhas costas, num
fino limiar entre a dor e o prazer.
Gozar.
E o relaxar dos músculos, e o som entrecortado do nosso
respirar conjunto, beber.
E juntos, trançados e entrelaçados, de corpos ainda conectados,
teus olhos, mirar.
E de persona removida, olhar teus olhos frente aos meus, tua
alma contemplar.
E dizer: como eu te amo.
E ouvir: como é bom te ter.
E depois das mais belas horas juntos, ainda entrelaçado
entre os teus quentes braços, finalmente,
Dormir.
Sonhar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário